terça-feira, 30 de junho de 2009

Depois eu conto

Depois eu conto. Uma vez enterrei um astro. Famoso pra chuchu. Precisava ver, aquela fila de fãs, e parentes, atrás da herança. Já, já enterrei bandido. Matador mesmo. Só a mãe no velório. Não, anão, não. Até falam disso, né? Nunca vi enterro de anão. Nem eu. Ah, freira já, pertinho da capela, lá onde ficam os padres. Acho que depois de mortas eles, lá, o bispo, sei lá, deixam juntar mulher com homem. Acho gozado, bem eles que acreditam na vida eterna, depois que morre, pode. Falo baixinho, mas sabe Deus a suruba que é aquilo. É triste, mas criancinhas já foram muitas: morte morrida, e até de morte matada. O pai... vê se pode?
O caçador, quase sempre, se diz um amante dos animais. O comerciante prega o princípio do lucro honesto. Não se deve dar muita atenção às profissões, com base no que dizem aqueles que a exercem. Pior quando a mãe, com seus sonhos pré-modernistas, foi logo colocar no menino o nome de Augusto dos Anjos da Silva. Virou coveiro concursado, já jovem. E fala pelos cotovelos.

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