Range a roda abafada, enquanto a tarde desaparece em luz pianíssima. A velha pick-up que serviu de orgulho, hoje transita como coisa, lata andadeira. Como se procurasse um guia para encontrar a estrada; o trajeto laborioso pelo qual foi e voltou como ninguém. Já era da geração das estrelas. Saiu na revista Cruzeiro, reluzente, quando ela foi lançada. Tio Plínio, homem moderno, foi à cidade com Tufão, um árabe puro sangue, que voltou sem graça na carroceria, morrendo de medo de cair e nem pular pulava.
Há doze anos, quando o tio bateu as botas, a pick-up herdou primo Ninho que, embora filho, nem o “plin” do nome, cristal virtuoso que era o Tio Plínio, conseguiu fazer tilintar. A coitada foi ganhando amassadinhos daqui, riscos dali, uma capenga pro lado, um tremor na direção e virou essa. Cheia dos trancos, desbotada, como se jogasse pra trás todos os seus rumores. A cara da tia Olga, coitadinha, viúva do tio.
Há doze anos, quando o tio bateu as botas, a pick-up herdou primo Ninho que, embora filho, nem o “plin” do nome, cristal virtuoso que era o Tio Plínio, conseguiu fazer tilintar. A coitada foi ganhando amassadinhos daqui, riscos dali, uma capenga pro lado, um tremor na direção e virou essa. Cheia dos trancos, desbotada, como se jogasse pra trás todos os seus rumores. A cara da tia Olga, coitadinha, viúva do tio.
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