Fiéis ao pecado como de fato eram, os dois irmãos belos de cara, mas horríveis de princípios, receberam no curso de Letras o apelido de flores do mal. Feito lâminas sonoras, falavam aos cortes, palavras que fendiam almas e ofendiam qualidades.
Gêmeos no tédio e no ideal, deram para ler Baudelaire a qualquer flâneur incauto. Até a passagem do furacão Homero, e a cólera de Aquiles. Aluno da engenharia, o primeiro era dado a aventuras, ilíadas e cachaçadas. Aquiles, seu camarada da química, mal caía no sono já levantava para o chope.
Currículos tão distintos não poderiam terminar em poesia. Aquiles foi direto no tendão: “meu negócio é Apollinaire”. Os flores do mal se entreolharam. Um tempo curtíssimo, para uma gargalhada homérica.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
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Simplesmente brilhante!... Posso publicar amanhã no proseares? Um beijo.
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