quarta-feira, 3 de junho de 2009

Separados na fúria

Separados na fúria, Fúlvio jurava de pés juntos que, de Simone, não queria sequer sentir o perfume. O intrometido almíscar mais de uma vez impingiu surpresas nostálgicas às narinas do rapaz, acostumado a habitar o mundo da lua, desde o rompimento com a moça. Virava a cabeça, vira-e-mexe vazia, ao mais ínfimo aroma daquela fragrância rasteira, cujas ordinárias gotas misturara inúmeras vezes ao seu suor apaixonado.
Adotaria um cheiro cítrico floral, como conduta radical, à volátil lembrança de Simone. Seu cérebro das emoções petrificaria os neurônios, até que o tempo lhe trouxesse o olfato cético às cavidades nasais sem estímulo.
Passaram-se os anos e aromas. Armanis, bvlgaris, ruas, casas ácidas e doces cabanas, quando enfim Fúlvio falou: “esse mundo não cheira nem fede”...

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