Inquieta como abelhas, Fabiana só tinha sentimentos profundos por pessoas ou situações que lhe trouxessem vantagens. Diante delas sua alma bradava tal gata no cio. E foi numa dessas importantes reuniões de condomínio que conheceu Orestes, de camisa lacoste e conversa mansa.
Ele logo reconheceu as muitas superficialidades da moça esbelta, que se aproximara falando do tempo chuvoso. Espirituoso, ofereceu-lhe carona no elevador e riu. Ela aceitou, e riu também. Olharam-se pelos quatro espelhos, ali fechados. O caráter provisório conjugava-lhes os verbos ter e estar. Tinham-no e estavam em. Ela alisou o jacaré com o indicador, displicente. “Você tem bom gosto”, disse a ele, sedutora. Uma forma sutil de se auto-elogiar...
quinta-feira, 4 de junho de 2009
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Puts, que sacada! v é bom.
ResponderExcluirMe puno qdo. não entro pra ler suas m.c. e não as leio quentinhas... (to falando de todas q tive q ler aí pra trás)srsr
abraço.