Derrubou o braço sobre a mesa, violentamente. O copo na mão perdeu o gelo, no calor do impacto. Gim se foi aos pingos, junto com as pedras. Madeira velha, de móvel sexagenário, coberta de gotas e poças.
No papel amassado que arrancou do bolso viam-se manchas de caneta azul. Ele o abriu aos pedaços, às viradas, aos lados, como se buscasse o lado certo de alguma coisa nessa vida. Enfim estirado, mirou-me duro , baixou as pálpebras e leu pausado:
Amor perdido depende
Do ponto da partida
À ida para a solidão!
Amor perdido depende...
Pediu outro gim, drummonando a fala, mas com certo jeitão-hemingway.
No papel amassado que arrancou do bolso viam-se manchas de caneta azul. Ele o abriu aos pedaços, às viradas, aos lados, como se buscasse o lado certo de alguma coisa nessa vida. Enfim estirado, mirou-me duro , baixou as pálpebras e leu pausado:
Amor perdido depende
Do ponto da partida
À ida para a solidão!
Amor perdido depende...
Pediu outro gim, drummonando a fala, mas com certo jeitão-hemingway.
Alaor,
ResponderExcluirSuas crônicas nada tem de "cretinas". Gosto tanto que fico inibida de comentar. Mas vamos lá... Aprecio o jeito bem descritivo e viajo imaginando as cenas. O texto flui leve mesmo em temas mais próximos da tragédia humana. Por isso meus parabéns.
Abraços,
Graça
Drummonando a prosa, jorra poesia em suas crônicas.
ResponderExcluirBeijo
Amigo Alaor,
ResponderExcluirFiquei imaginando como eu filmaria esta cena: As possibilidades, a angulação, os movimentos de câmera, o enquadramanto, o close no olhar, o gêlo, os dedos a revirar o papel...
Ficou legal.
Abraços.