Do outro lado... Tinha o hábito de começar assim seus relatos de um mundo após a morte, no qual teria estado algumas minúsculas vezes. Foi e voltou, contava, exibindo um pedigree de três enfartos, um afogamento em que foi salvo e dois acidentes de carro, nos quais morreram todos os demais envolvidos.
Não se aprofundava na conversa porque, religioso convicto após as tantas idas e vindas, não chegara ao inferno, desconhecia o purgatório e sequer se aproximara do céu. Dizia da existência de um túnel escuro, que terminava na luz.
Só se deu conta de que falava bobagens quando seu tio Carlos lhe disse para tomar juízo. “Todos aqui vão pensar que você é louco”. Olhou a sua volta e refletiu sobre as palavras do tio, sábias, pensou. Tio Carlos tinha know how, afinal morrera quando ele ainda era criança...
segunda-feira, 15 de junho de 2009
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