A angelical devassidão de Mara Magali sofria um branco naquela hora. Como todas as noivas, demonstrava a pureza do pudor e a perplexidade característica da data. Nem seriam ultrajantes os seus pensamentos em Luiz Gustavo, ainda que o noivo se chamasse Carlos Henrique.
Tão traído quanto Mendelssohn que, desavisado, emprestava sem direitos autorais a sua marcha nupcial, Henriquinho, como queriam os parentes, fora tomado de alegre surpresa quando a noiva, um mês antes, lhe informou da gravidez. Chorou do amor presente, e lhe jurou paixão eterna. A gráfica rápida se encarregou dos convites, o tráfico de influência cristã da tia carola assegurou o padre, o brechó entrou com o vestido.
O certo improviso não teria sido obstáculo nem causado transtorno ao êxito da cerimônia. Especialmente se Mara Magali tivesse dito “sim”.
terça-feira, 2 de junho de 2009
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