segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Solavancos e falta

Solavancos e falta de solicitude marcavam o acesso àquela cachoeira. Bem previa algo mais indócil do que o ruidozinho dos insetos e seus ferrões pouco amistosos. Nem o pânico da morte sobrepujava, ali, as inconveniências da vida. Suava calores da alma no encontro entre a testa e o ridículo chapéu de lona com camuflagem de selva. O cansaço esquecido pela fome presente apontava na percepção para a gravidade imponderável: haveria um regresso, e seria idêntico, agravado pela prática iminente de inúmeras e heróicas atividades físicas. Havia a trilha de tropeços para pedra alta, a ser escalada para fotografias panorâmicas; o frio insuportável daquela água cristalina; a falta de toalhas de banho; lama grudada à pele; areia entre os dedos; cargas de coisinhas poucas para se carregar às costas; banquete de sementes; e... o jipe. O mesmo que nos aproximara daquilo. No ápice da ação havia também uma constatação premente: turismo ecológico, nunca mais.

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