Amava a infelicidade que sofria, como um poeta romântico amava aquela que imaginava. Orlando era um Álvares de Azevedo sem versos ou tumbas, mas acima de tudo um sujeito que cultivava uma falsa vontade apostólica, crédula ou sabe-se lá, se supersticiosa, de viver da moral. Um moralista que apontava os males da sociedade ou individuais, na intenção pretensiosa de consertar alguma coisa. Como fazia sua própria moral, só aceitava sua própria verdade. E tinha conselhos ou determinações para tudo.
Jositéia era a bagaça. Vida torta e amor arfante. Viu em Orlando um eixo, no qual tratou de parafusar suas rodas. Modulou a fala aos gritos, estendeu a saia, apagou o rímel e pintou de rosa-claro as unhas vermelhas. Ouvia e acatava as advertências do parceiro insólito. Não isso, não aquilo. Mas na festa do casamento de Jerônimo, sobrinho dele, não resistiu à recomendada moderação no vinho. Às tantas, trocou a valsa pelo funk e ofereceu a Orlando, sacudindo as cadeiras, o que ele mais gostava... a infelicidade.
Jositéia era a bagaça. Vida torta e amor arfante. Viu em Orlando um eixo, no qual tratou de parafusar suas rodas. Modulou a fala aos gritos, estendeu a saia, apagou o rímel e pintou de rosa-claro as unhas vermelhas. Ouvia e acatava as advertências do parceiro insólito. Não isso, não aquilo. Mas na festa do casamento de Jerônimo, sobrinho dele, não resistiu à recomendada moderação no vinho. Às tantas, trocou a valsa pelo funk e ofereceu a Orlando, sacudindo as cadeiras, o que ele mais gostava... a infelicidade.
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