Famoso na vila, Olegário Mariano era conhecido como Dr. Sorriso, graças a sua profissão de protético. Naquele pequeno lugar, no qual não havia um único dentista, era ele quem se responsabilizava pelos 32 dentes postiços de cada um dos moradores. Eram raros, entre os mais velhos, aqueles que dispensavam as próteses, de várias tonalidades e tamanhos, todas com a marca indubitável do doutor. É que nos caninos inferiores esquerdos, portanto, à direita de quem observava o usuário, Olegário gravava um quase imperceptível “S”, de Sorriso, como se assinasse no canto de uma tela de sua obra de arte.
Para o desespero dos homens, surgiu na vila um senhor da cidade grande. Boa presença, conversa fácil e trajes sempre elegantes. As velhinhas logo passaram a disputá-lo, nos bailes domingueiros, para a desilusão dos antigos moradores, desprezados pelas parceiras. Eles foram salvos, no entanto, no último domingo, quando Olegário assumiu o microfone da festa, e chamou o tal homem ao palco, sob os aplausos das senhoras e ranhetice dos senhores. Na entrevista, pediu ao homem que risse. Sem graça, ele riu. E, apalpando seu lábio inferior, Olegário rapidamente sentenciou, ao olhar-lhe os dentes: “não é um autêntico Sorriso!”.
Para o desespero dos homens, surgiu na vila um senhor da cidade grande. Boa presença, conversa fácil e trajes sempre elegantes. As velhinhas logo passaram a disputá-lo, nos bailes domingueiros, para a desilusão dos antigos moradores, desprezados pelas parceiras. Eles foram salvos, no entanto, no último domingo, quando Olegário assumiu o microfone da festa, e chamou o tal homem ao palco, sob os aplausos das senhoras e ranhetice dos senhores. Na entrevista, pediu ao homem que risse. Sem graça, ele riu. E, apalpando seu lábio inferior, Olegário rapidamente sentenciou, ao olhar-lhe os dentes: “não é um autêntico Sorriso!”.
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