Conforto? Gosto. Não sou lá dos que o tem, mas tento. Carro que anda, casa onde não chove dentro, comida quase sempre quente. Vício? Não. Fumo quando bebo umas cachaças, só aos sábados. Não todos. Luxo? Não. Roupa dura bastante, até acabar. Acho que foi isso. Isabela era luxuosa. Lia Capricho e livros do Paulo Coelho. Adorava colecionar sapatos. Tinha um monte de pares, a quadrúpede. Enjoou do arroz, riu do fusca e disse que preferia o cheiro de uísque, a oposta. Nada meu era bom. Avisei uma, duas, três, sei lá quantas vezes. Primeiro bati nos olhos, com as pontinhas dos saltos finos daquele tamanco dourado, indecente. Com aquela bota de couro vermelho, dei firma nos dentes.
Cega e banguela ela perdeu o luxo. Tá ali, no sofá da sala, quietinha, a besta.
Cega e banguela ela perdeu o luxo. Tá ali, no sofá da sala, quietinha, a besta.
Grande Alaor! A vida imita a arte! Bom final de semana. Besos.
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