Simpático por conta da culpa alheia era o que era. Pércio praticava a política sórdida de ser bem-quisto, à custa de promover nos outros um estranho sentimento de exclusão a sua pessoa. Era assim, ó. Quando Tales e Elmo conversavam sobre futebol, o primeiro dizia ao segundo que se o seu time empatasse com o time tal, e marcasse apenas um gol no jogo seguinte, estaria classificado. Elmo dizia que não. Era preciso duas vitórias, pela contagem mínima de um gol de diferença. Pércio entrava na conversa e murmurava: “não estou entendendo nada do que vocês estão falando!”. Pronto, ambos os interlocutores sentiam pena dele, por tê-lo deixado à margem da conversa. E ele se tornava simpático aos dois.
Promoveu tal expediente a vida toda, nas situações e assuntos todos, até intencionar-se em namorar Belinha. Ficou falante e participativo. Opinativo e eloqüente. Fecundo e expressivo. Todos, então, o olharam fixo nos olhos, e nenhum dos presentes perdeu a oportunidade de dizer-lhe com segurança: - Mas você é um puta de um chato, eim Pércio!
Promoveu tal expediente a vida toda, nas situações e assuntos todos, até intencionar-se em namorar Belinha. Ficou falante e participativo. Opinativo e eloqüente. Fecundo e expressivo. Todos, então, o olharam fixo nos olhos, e nenhum dos presentes perdeu a oportunidade de dizer-lhe com segurança: - Mas você é um puta de um chato, eim Pércio!
Nenhum comentário:
Postar um comentário