Hora do lanche. Gorete deixou a escrivaninha sem a pressa dos astros. Contemplou, de pé, o último arquivo do computador e o salvou. Olhou para os papéis esparramados sobre a mesa e endireitou-lhes as pontas insubmissas. Da memória, buscou as cartas, traduções, ofícios e recados que realizou com a competência cega de secretária executiva bilíngüe. Ajeitou a blusa em busca da decência, a saia, no perfil da forma, o relógio de pulso e as discretas pulseiras, nos padrões da estética profissional que cumpria à risca.
Ao sair da sala olhou para trás. Vaso com flores frescas sobre o aparador, tapete em linha exata à escrivaninha, as pequenas almofadas arrumadas à esquerda do sofá comercial, portas internas fechadas. Tudo na mais perfeita ordem, pautada pelo rigor da empresa. Apertou o botão do elevador e olhou para o botão de chamada, como se visse o infinito. Desceu estática com dois outros homens que já se encontravam no elevador. Foi ao estacionamento e entrou em seu carro. Tirou do porta-luvas o frasco amarelo, e com a água da garrafinha que estava no console tomou dois, quatro, seis, oito, doze comprimidos. Ajeitou-se no banco e esperou pelo resultado. Enfim, sairia da rotina.
Ao sair da sala olhou para trás. Vaso com flores frescas sobre o aparador, tapete em linha exata à escrivaninha, as pequenas almofadas arrumadas à esquerda do sofá comercial, portas internas fechadas. Tudo na mais perfeita ordem, pautada pelo rigor da empresa. Apertou o botão do elevador e olhou para o botão de chamada, como se visse o infinito. Desceu estática com dois outros homens que já se encontravam no elevador. Foi ao estacionamento e entrou em seu carro. Tirou do porta-luvas o frasco amarelo, e com a água da garrafinha que estava no console tomou dois, quatro, seis, oito, doze comprimidos. Ajeitou-se no banco e esperou pelo resultado. Enfim, sairia da rotina.
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