Disfarçando a encabulação e os tiques nervosos, Leonardo demonstrava-se, sempre, senhor da situação. No bar, entre amigos, contava a história de Janaína, sua ex-namorada, cobiçada por todos os presentes pelas curvas e simpatia avantajadas. Vaidoso, era daqueles que apreciam martirizar o ouvinte, com pausas de suspense. Como na parte da prosa em que revelava a primeira vez que a tinha beijado. “Estávamos na Ilha do Mel, no Paraná, navegando em uma escuna vermelha. Então ela se aproximou, de biquíni minúsculo e sorriso fácil. Eu fingi que não era comigo. Vocês sabem... aquele pedaço. No vaivém das ondas ela sentiu um certo enjôo. Fui consolá-la...”. E eis a pausa estratégica. Tomou um gole de cerveja, pegou um bolinho de aipim, mordeu, limpou calmamente a boca com um guardanapo, apanhou o copo de cerveja novamente e, quando foi entornar outro gole, Basílio que, como os demais, sempre o considerou um desagradável, soltou forte um berro bêbado: - Desembucha logo, ô Leo! Eu bem desconfiava que o que houve entre você e ela foi um vomitado à primeira vista...
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
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