Forma de pão em punho, tia Antonia atropelava moleques e caçarolas, na cozinha escura. Janeiro. Manhã bem cedo. Raiozinhos de Sol entrando. Eles queriam lamber os restos das latas de leite condensado. Ela os queria longe. Calores: verão, fogão e menopausa de tia Antonia. Ralhos às tontas subiam no ar como o cheiro de canela. Risos rastejantes serpenteavam o chão, junto aos moleques. Pés de moleques e seus desenho abstratos, riscados nos ladrilhos pelas marcas da farinha que caiu. De repente, o entorno aflito. Queimados. Socorros. O barro da panela partiu. Água fervente por todo aquele chão. Os moleques sapecados. Marcas eternas, na alma de tia Antonia.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário