Chegou de bóia à beira da embarcação. Para surpresa geral, fora visto somente quando já se encontrava a poucos metros da popa. Disse que queria viver mais, como todo o homem comum. Os tripulantes estranharam: “que papo?!”. Não, ele não precisava de nada, respondeu à pergunta. Lamentava a não existência da felicidade sem grandes proibições. O capitão foi chamado. O homem sentado na bóia era de fato estranho, concluiu aos presentes, como se esses não o tivessem percebido. Se vocês quiserem explicar tudo, o ser humano jamais mudará o mundo, asseverou, lá de baixo. Entreolhares perplexos. Não havia uma explicação amadurecendo, pelo contrário. Disse, calmo e seguro, um adeus inconseqüente. Boiaria para longe. Houve quem esboçasse o desejo de capturá-lo, mas o capitão disse “não”. À distância, o homem se transformava em história de marinheiros. Naquela situação transitória, ainda ouviram uma frase no horizonte: “não acreditem em tudo que veem”.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
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