sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Buzinou compulsiva

Buzinou compulsiva e olhou feio para o segurança da escola. Queria urgência e a filha Débora, de 5 anos, que não encontrava-se no bloco das primeiras crianças que saíam. Buzinou insistente e gesticulou todos os braços. Motivou a mãe do carro da frente a também buzinar. E da frente, e da frente. E as de trás, também. Todo final de aula ensurdecia aquele quarteirão pacato, cujos moradores abaixo-assinavam pedidos de silêncio. Mães incautas, não contavam com o velho Bira, capitão da reserva, morador do número 508, que mantinha em seu Opala o adesivo “Ame-o ou deixe-o”.
Naquele final de aula da sexta-feira, todas as mães sentiram o cheiro forte de álcool, que parecia molhar o asfalto, formando possas isoladas nos muitos buraquinhos do solo. Jandira, sobrevivente, com apenas 45% do corpo queimado, disse que não imaginava “que alguém fosse tacar fogo naquilo”...

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