quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ao grito de palerma

Ao grito de palerma nem um nada ele disse. Sacou o facão e fez famílias guardarem lutos, na macabra volta do caminhão à cidade. Demorou como nunca. Os finados zombeteiros, bóias-frias como ele, nomearam de calúnia súbita a visão de Glorinha. Mas onde já viu troçar um traído?
Maria da Glória, a pivô Glorinha, tremia de medo do frio escrivão e de suas perguntas, mas disse toda a verdade, que consta nos autos: - Eles passaram cedinho quando iam à cana, e eu estava no portão me despedindo do Paulo. Dava um abraço e dois beijinhos. Todos viram e pensaram bobagens, mas nossa mãe nos ensinou assim. Lá em casa, irmãos sempre se despendem com dois beijinhos...

Um comentário:

  1. Olá, venho retribuir a visita e me surpreendo com excelentes micro-contos. Voltarei.

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