As perfeições revoltantes de Dona Cotinha eram manifestas. Permutava qualquer expressão da harmonia do convívio pelas suas pequenas felicidades, como deixar o garfo a exatos três centímetros do prato, do lado direito, alinhado, no seu comprimento, em paralelo ao centro do círculo do prato. Vista à porta, lembrava o retrato na parede de alguma antepassada. Adornada de vetusta. Ereta e besta, em perfeito enquadramento com o batente.
Como o bem sempre segue em linhas severas, mas o mal sabe estipular conciliações, recebeu em férias a jovem sobrinha viúva. Madalena era o seu nome; sua excitação para o amor era inominável. A tia bem que tentou oprimi-la com sua piedade irrepreensível, saboreando cuidados, mas beleza não combina mesmo com a mesa. Madalena queria os garfos sobre o centro de seu prato...
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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