Profanador confesso foi pra pinga na paróquia. Garrafões de vinho do padre o viciaram e, para sair dessa, deu pra beber em outro lugar: no cemitério. Fez feio no culto, violou tumbas, chutou santos. Mas naquele carnaval, vestido de Nossa Senhora de Fátima, com fitas da Congregação Mariana, cilícios da Opus Dei e laços das Filhas de Maria, quando sambava sobre o túmulo do Capitão Belmiro de Deus, sentiu ojeriza da vida transgressora. Uma espécie de luz prismática explodiu-se da garrafa de cachaça que tinha às mãos, e iluminou em sete cores as penas de sua alma. Zonzo, mas resoluto, lançou as vestes e trastes no campo santo, disposto a buscar a fé.
Esteve a um passo de encontrá-la, não fosse o camburão nervoso que o tirou pelado das ruas, por atentado ao pudor.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
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rsr, meu pai do céu!!!
ResponderExcluirhahaha Lucidez de bêbado tem vida curtíssima. Muito bom, gostei do blog. Acabei de receber um email divulgando, espero que mais escritores de Rio Preto entrem nessa corrente cibernética e divulguem seus trabalhos tbém.
ResponderExcluirEm breve a Câmara setorial de literatura terá novidades para divulgar e promover os escritores riopretenses, fique atento!
Abraços.