sábado, 9 de maio de 2009

Tomou a fresca

Tomou a fresca e muitos goles gelados. O calor do dia se dissipava naquela combinação harmoniosa, diametralmente oposta aos dias úmidos da prisão. Jamais se imaginou personagem literário, o que lhe assegurava a tranqüilidade estável de pertencer àquela mansa ação, sem se preocupar com a linha seguinte.
Figurante de crônica, ainda que micro, com visão limitada, sempre corre o risco do inusitado. Luz artificial murcha depressa, quando surge a luz do dia.
Já embriagado com a aragem fresca que soprava, surpreendeu-se ambíguo: amava ou odiava aquela situação segura? Mal sabia que nunca se deve odiar inteiramente, nem amar completamente. Com poucas palavras o autor, algoz de sua existência, decidiu matá-lo inclemente: de tédio.


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