quinta-feira, 7 de maio de 2009

Do fundo da alma

Do fundo da alma solitária gritou inclemente: famigerado! Nem poderia ser diferente. Agoberto saíra ainda cedo, antes do sol e de um sorriso, levando consigo os suspiros inconclusos de Dorinha.
Noite baixa, jurara a ela eternidades. Noite alta: êxtases. E terminara assim, em fuga, a madrugada.
Dona Adélia, com suas fisionomias inconfundíveis de mãe, bem que lhe repetira o “não presta”, por toda a véspera. Dorinha, com o soberbo descrédito dos 35 anos, assobiou gargalhadas finas, solitária e virgem.
O menino, com ralos cabelinhos morenos, tem os traços do pai, mas Dorinha o batizou Thiago, nome de apóstolo. De birra, mesmo. E desandou a descobrir amores, nas altas noites.

Nenhum comentário:

Postar um comentário