Estas histórias ele não gostava de contar. O ronronado de onça em êxtase, danado pra gostar dos filhos, contava até, mas sem os finais. A vida na fazenda mudou, desde aquela anacrônica época. E se considerasse tudo explicado, jamais sobrariam outras gentes para explicar o mundo.
Deu partida na pick-up hilux e injetou o disco. Moda boa, de céu no oriente, quase chovedor. Foi cortando veredas em curvas, a forma geométrica livre que parte de um ponto para um espaço sem rumo. Era o jeito de se lembrar vagamente daquela gravidez. Depois do amor não pode mais ver a mãe. Onça parida esquece o amor e vira fera. Não haveria de contar isso pra ninguém. É feio. Feito aquele ornamento da sala de troféus: um pássaro empalhado pousado numa árvore morta. E as crias morreram mesmo...
terça-feira, 26 de maio de 2009
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