terça-feira, 5 de maio de 2009

No banho

No banho, riu das próprias coxas, finas e curtas. Celeste o mandaria para o inferno, assim que baixasse as calças, pensou molhado. De qualquer forma, se lavava com zelo. Axilas em ordem, perfume nas virilhas, nenhuma cera, em ambos os ouvidos. Pensou na tal primeira impressão, a que fica, segundo a avó. Mas avó e sexo inicial não combinam nos pensamentos. Tanto pior, se eróticos.
Marcara com Celeste às oito horas, na biblioteca da escola, e a mãe bem que estranhou tanta pose e fragrância para estudar Graciliano Ramos. Angústia, na curta espera, e eis Celeste, linda e penteada. Olharam aflitos para todos os lados, como se o mundo soubesse o que é o desabrochar do amor. Só no táxi, com o motorista na espreita, venceu o primeiro beijo. Timidez, logo desfeita em prazer. Amaram-se como sábios, e ele sorriu de si, quando ela lhe disse que tinhas as coxas lindas.

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