domingo, 17 de maio de 2009

Quem me dera

Quem me dera encontrar Florbela. Tivemos um noivado estranho, que empalideceu de cansaço. Mas jamais me esquecerei da primeira vez em que ela usou a expressão “querido Fabiãozinho”.
- Querido Fabiãozinho! – disse. – A noite é uma flor de laranjeira a sacudir pérolas de luz... Pensei, poeta, essa. E não é que era? Minhas incontáveis esperanças e decepções no amor, nessa vida ordinária de analista de sistemas, ganharam dados novos. Respondi ao e-mail buliçoso, rimando ela com bela, o que também dava em Florbela, e me aquietei, deixando um tempo para as palavras fazerem efeito. Foram dias assim. Ela de lá, comedida, mas tão natural quanto as notícias do tempo, e eu aflito.
Agora estou só que teclo. Quero o fim desse fracasso doloroso. Tento baixá-la em minha alma, mas o download do seu amor está lento, e não termina nunca.


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