terça-feira, 18 de maio de 2010

Manchas na visão

Manchas na visão já não são, assim, uma novidade. Pode ser o efeito da nicotina ou da crítica afoita aos buracos da camada de ozônio. Não, não seriam os marcianos que só eu detecto, nem as queimaduras cósmicas que enxergo na retina do horizonte. Começo de um fade-out universal também não é, tenho certeza. O mundo não acabará no escuro. Não com essas ondas sucessivas, espumantes, incessantes que tem dominado os litorais do planeta. Elas são brancas. Quando muito, escuras, de um cinza claro. Não sei se você já reparou nesses tsunamis ou nos descongelamentos polares? São mais claros do que escuros. Também não acho que os nano-segundos de um piscar de olhos possam causar isso tudo, a partir dos corpos flutuantes que transitam pelos glóbulos. Fui, fui ao médico, sim. Fez exame de vista, pressão ocular, essas coisas. Não achou nadinha. Claro que comemorei. Bebi muito, muito mais do que esse litrinho essencial de cachaça diária. Não é todo dia que a gente sente, no fundo, que enxerga o mundo!

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