quarta-feira, 26 de maio de 2010

Elevação


Elevação, proeminência e elegância. Esse Jurandir tem cada uma. Divulga no currículo suas supostas qualidades, para vender-se como íntegro e reto, sem contar a ninguém que não é destro na vida real, só no espelho. Sem mencionar que frauda a gravidade da lisura, por meio de levitações mais que suspeitas. Sem mencionar que não era médico, mas paciente, nos cinco anos em que esteve no hospício.
Ainda manda poemas às psicólogas dos recursos humanos, nos quais fala de corações e outras entranhas, que acabam sempre resultando em êxito. Só esse mês, arrumou seis empregos. Claro que não ele dura, porque sempre pronto a dizer “não me diga”, mal entende as funções para as quais é recrutado. Então começa de novo: distinção, grandeza e dignidade. Esse Jurandir dá saltos em distância, no atletismo manco desse mundo.

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