quarta-feira, 19 de maio de 2010

Fedia desfaçatez

Fedia desfaçatez por fora, e sabe-se lá se por dentro, daquela micro-saia escandalosamente glútea que Alzira usava. Seu despojamento tô-nem-aí, astuciosamente calculado, também deixava desavergonhadamente claro no subtexto que não se tratava de um furioso equívoco pensá-la vadia. Quando contou “um caso” seu, então... Trocara o infeliz do marido por um cunhado do massagista espanhol de Ronaldinho Gaúcho, na época do Barcelona, como isso a tornasse íntima das obras catalãs de Gaudí ou da coroa do rei Juan Carlos. Do alto de uma cátedra fantástica e com o prazo de validade racional vencido, Alzira ainda insistiu para os presentes dessem uma nota de zero a dez para o seu charme. E todos, paspalhos, gritaram grogues a céu aberto: “déééééiiiizzz”, sem desmentir a mentira bêbada. Só Carlinhos que, como o nome aponta, é um tipo plural, resumiu lacônico: “o mijo de vocês subiu à cabeça”. Funesta, Alzira, num lance killbillônico, ergueu a perna, mostrou as partes e derrubou Carlinhos da cadeira com um chutão na testa. A ébria galera bradou pastosa, monossilábicamente: “bíííssss, Alllzzzira”.

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