terça-feira, 6 de abril de 2010

Frequentemente Ubiratã

Frequentemente Ubiratã nos fazia rir, mesmo quando suas palavras não tinham a menor graça. Era a imaginação da gente, sei lá, que produzia uma estranha associação com as coisas já ditas por Ubiratã, quando tiveram graça. Não que ambos tivéssemos apego às graças do passado. Não. Ríamos porque ríamos, assim, de um jeito não raramente remoto, mas que ainda guardava uma certa felicidade. Ubiratã só deixou de ter graça quando soube de minha disposição de não rir mais de seus chistes. Que, descobri, tinham sempre a intenção oculta de denunciar as fraquezas de alguém. Descobri, mas rio até hoje. Ele definitivamente parou de espezinhar as deficiências alheias. Mas, também definitivamente, deixou de ter graça.

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