sexta-feira, 19 de março de 2010

O hábito de marcar

O hábito de marcar as vítimas com o desenho de um tomate na testa adquiriu depois do sexto ou sétimo crime. Mexeu com a cabeça para os lados, num negativo lamento. Excitação do pó, não constatação. Cadú descortinou a possibilidade da fama de serial killer, sem contar com o pensamento labiríntico-decifrador do delegado Archimedes Kassadhor.
Mulher no parque: tomate. Pivete no beco: tomate. Motorista de táxi: tomate. Gay na sarjeta: tomate. Homem de terno: tomate. Sim, sherlocou Kassadhor, a próxima seria uma velha em casa. E foi ter com a avó, que não saía há séculos. Bingo! Cadú tirava a faca da bainha quando ouviu o click atrás da porta, e mirou o revólver engatilhado do delegado que apontava ao meio de sua testa. Pasmado, Cadú deixou a faca cair e esperou a morte. Na outra mão Kassadhor tinha um tomate, que espremeu entre os dedos para o horror do assassino. Cadú bem que tentou lamber-lhe os dedos...

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