quarta-feira, 10 de março de 2010

De porte

De porte, vou dizer ao senhor, não tenho nenhuma, no momento. Essa aí chegou anteontem, fraquinha, branda, quase covarde. Pega a laço, parece. Brincadeira. Comprei de uns criadores lá da baixada do Encostado. Quer dizer, olhando assim até parece que eles não criaram nada, mas tentaram. O senhor não conhece aquilo lá. Bichinho feito essa égua que sobrevive naquilo é porque é forte. Então vou lá, escolho os vivos, já basta como qualificação do animal. A seleção natural é sem comida, sem pasto, às vezes até com quase nenhuma água pra beber. A gente, aqui, reclama de barriga cheia. Olha aquele cavalo baio ali, alegrão, fogoso, duvido que durava no Encostado. Sei, sim, daquelas coisas, o senhor não sabe? Minha patroa nasceu lá.

Um comentário:

  1. Esse blog está cada vez melhor. Venho sempre por aqui e nunca deixo recado. Deixo agora o carinho e a admiração. Beijo.

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