quinta-feira, 18 de março de 2010

Das várias prisões

Das várias prisões para as quais fui mandado nenhuma me deixou tão desgostoso como essa. Meu maior erro é criar hábitos e confesso que tinha na leitura um encontro manso com o tempo. Meus defeitos mais terríveis e funestos, inclusive aquele de terminar as discussões com aquela chave de pescoço, que invariavelmente silenciava para sempre os desafiantes, até se amenizavam ou desapareciam completamente no entretenimento das páginas. Quando li O homem sem qualidades fiquei meses sem discutir com ninguém. Ler Doutor Fausto e A montanha mágica poupou muito meu braço. Livro grande, em geral, é bom pra gente pensar em outras coisas. Agora, você veja, aqui, minha pena já aumentou outros trinta anos ou mais. Essa cadeia, desgraçada, não tem biblioteca.

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