segunda-feira, 27 de julho de 2009

Se é para tratar

Se é para tratar mal, tucho nele macrobiótica. Digo que vou salvá-lo, ainda. Pura sessão Auschwitz no desgraçado. Aí destrambelho a falar as coisas que ele gosta de ouvir, sempre muito sacado! Ataco de regressão freudiana, fazendo o otário se dobrar até a pose do útero da mãe. Satori budista, novena cristã, zeitgeist hegeliano, despacho pra Exu, tudo com ar do mais puro insight gestáltico. Ele vai ao nirvana, sem sexo, nexo, nem nada.
Eu sou foda, digo para mim mesma, concordando imediatamente comigo. Ele lá, se achando o bem amado. No fundo, eu gosto de manejar teóricos. Meu sonho, de menina, era ser médica. Concertar bonecas. Não deu, então a gente tem se que virar com o marido que tem, o provedor de nosso futuro. Mergulho minha cachola no molho de vodka com laranja e passo os finais de semana praticando a minha medicina. Que alternativa?

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