Depois que deixei o globo da morte voltei para o Sul. Fui aprender harpa paraguaia, com um índio velho que vivia na fronteira. Lá eu conheci Ivanka, a contorcionista, e nos enrolamos: coração no meio das pernas, mãos pra todo o lado. Cheia de dedos, ela me trocou por um domador de pulgas. Vi que esse negócio de arte não é pra mim, não. Optei pelo balão, e um vento-norte me levou à colônia japonesa, na noroeste paulista. Às vezes a gente chega por cima, mas começa por baixo. Fui ser ajudante de lutador de sumô. O porco vai ao banheiro, depois das lutas, mas não consegue se limpar. Esse esporte é uma merda.
No que fui me lavar no rio, lavei a alma como catraieiro. Desci o rio Paraguai ensacando barbado, corvina, dourado e jaú. Até que uma âncora me caiu no pé. Inchou e eu fiquei de vez no serviço público. Coveiro nessa cidadezinha até que é calmo. De vez em quando a gente descobre o sentido da vida.
No que fui me lavar no rio, lavei a alma como catraieiro. Desci o rio Paraguai ensacando barbado, corvina, dourado e jaú. Até que uma âncora me caiu no pé. Inchou e eu fiquei de vez no serviço público. Coveiro nessa cidadezinha até que é calmo. De vez em quando a gente descobre o sentido da vida.
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