Falava de coisas exatas de um jeito impreciso, como se aplicasse ungüento na alma. “Janaína foi mais ou menos minha esposa”, disse, com mais desdém do que realmente sentia.Contou que a rainha do mar lhe fizera a corte amorosa na volta de um passeio de escuna, pelo litoral catarinense. Já mergulho, sob águas claras da Reserva de Arvoredo, sentiu o galanteio da deusa. Passava a calda na máscara de vidro e, de mais longe, olhava apaixonada, diferente do olhar de peixe. Quando subiu no barco, a divindade se personificou, fez sinal para que retornasse ao leito, o abraçou, e então se casaram.
A representação desajeitada de seus desejos não convencia aos homens daquele bar. Casar com o mito era por demais inverossímil para os corações sem paixão. Daí o desprezo do homem por aqueles semelhantes bêbados.
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