sábado, 25 de julho de 2009

Na perfídia

Na perfídia levava a vida madura. Fora dama, na juventude. Ganhou ouro e sobrenome ao manipular o casamento com Heráclito Mello e Souza Sodré. Fez-se grávida à época propícia. Senhora da fazenda, sub-reptícia. Milionária, na malícia. Estrupício de pessoa, chegou a pensar, calado, o sogro fascista.
Tão torturante como o aparecimento de um ou outro cacoete, ou a inevitabilidade de um vício, foi quando se sentiu sem sexo. O herdeiro-marido, boa alma, era ruim nos desígnios de amor. Chegou a apoiar o movimento cultural antropofagista, mas “comê-la”, como dizia às amigas pérfidas, estava longe de.
Assim, embora seus ambientes cultuassem a cultura como o sal da vida, ela, e amigas mais íntimas, não gostavam de comida muito salgada.
O traste morreu, ela comunicou Lulu, se rindo, no velório do marido rico. Cabe destacar, aqui, a importância social de Madame Ludmila, a Lulu. Foi a precursora, em toda capital paulista, na contratação de mancebos para os serviços de cama e mesa. Negócio fechado.

2 comentários:

  1. Grande Alaor,

    Andei meio ocupado esses dias, tanto que deixei programado um post no live Writer. Só agora estou lendo seus escritos mais recente, desde "Coreografia vacilante". Você, como sempre, nos presenteia com literatura de primeira.

    Abraços.

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  2. eu gostei muito de estuda as cronicas e tudo sobre o movimento antrotropogagia

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