segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Provável páreo

Provável páreo para Diva seria Divina. Uma cristaleira que brilhava na sala e outra parede, com bocados de tijolos desalmados. Oposição e situação. Água e óleo. Embora uma fosse afável e a outra insossa, bem sabiam os de perto que, delas, não sairiam forças desiguais. Deu-se que, à primeira, veio a bonança e, à segunda, o caos. Paz e guerra. Sucesso e fiasco. Deu-se que se combateram. Pouco pesou o ventre único no qual foram ambas geradas; a lembrança simétrica que pairava sonsa quando ambas davam-se as mãos para um passeio. Foi-se o cheiro ácido das drogarias de infância, a penumbra castanha das mãos em concha, prontas a amparar migalhas que caíssem do bolo de cada boca. A leveza dos beija-flores no outono pesou como os buchos do gado no pasto verde do verão. E o páreo foi cancelado, por falta de espírito esportivo... e risco de fratricídio.

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