domingo, 12 de setembro de 2010

Colossal inutilidade

Colossal inutilidade vazou da voz pastosa de Demerval, quando se pôs a comentar o fardo que carregava como auxiliar de tenista. Havia aquela bola estúpida, que foi parar sobre a bosta do cão pastor, na quadra do condomínio. Havia a do bueiro, do banheiro, do brejo, debaixo do aguaceiro, do outro lado da autopista, da delicada horta, íngreme ladeira, buraco do tatu-peba, ninho de cascavéis cinzas, grudada na trepadeira, da caixa de marimbondos, no meio da briga das madames, no oco do cano, no furo do pára-brisa, por cima do bolo armado ou imagine mil lugares, e lá esteve uma bola, catada por Demerval. Ninguém, dali, conseguiu acompanhar a partida... perdida pelo patrão de Demerval. Então todos admitiram o excelente auxiliar que ele era.

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