sábado, 25 de setembro de 2010

Estilo tinha

Estilo tinha. Especialmente depois que ouviu de Bukowski que, quando Hemingway estourou seus miolos na parede com uma espingarda, isso era estilo. Julgava que era arte abrir uma lata de sardinhas coqueiro ou fazer qualquer outra coisa perigosa com estilo, como ler James Joyce, Guimarães Rosa ou precipitar-se do Viaduto do Chá. Haveria de haver estilo, para não ser estúpido, quanto mais, até poderia, então, virar arte. Com tanta verdade e estupidez em vista, arriscou a morte no Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O impropério tornou-se puro êxito! Estilo, afinal, tinha. Sua morte, arte. Uma vitória, como idealizou, da falência múltipla dos órgãos, começando pelo cérebro.

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