sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O perfume

O perfume que usava, sem dúvida, era barato. Perfume cigano, rodoviário. Dos membros pode-se detectar certa infantilidade, voluntariosa e fictícia. Na mão esquerda, vê-se esse anel de plástico, do tipo distribuído junto aos doces em bares periféricos. No punho direito, pulseirinhas, também plásticas, de origem similar. Os detalhes nas unhas, com esmalte laranja-amarelado e pontinhos pretos, revela sua projeção para onça, tigresa ou sabe-se lá qual felino, desses capazes de gerar ciúmes, fundados ou infundados. As três tatuagens no tornozelo esquerdo denotam uma vida de paixões obsessivas: os dois nomes masculinos apagados aos borrões e, o terceiro, já com debuxo para um novo borrão, não deixam dúvidas. Do tronco, pode-se dizer que gostava de mesa farta. Essas formas arredondadas revelam cervejas e salgadinhos às farturas. Agora é que a levemos agora ao IML, lá, poderemos a pormenorizar melhor.

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