segunda-feira, 7 de junho de 2010

De novo, não

De novo, não. Essa aura perfumada tem um tom assertivo de comercial de tv, e assim não dá, Gotardo! Sua elegância é pra esconder a preguiça pré-conjugal, né? Imagina se vai pulular nessa estica? Já te disse... menos. Carícia maquinal eu já tenho com a Carla, a amiga do escritório. Cheia de “oi, querida”! De você, Gotardo, eu espero desperdiçar paisagens, não quero só vê-las, isso não. Sedução tem limite. Já basta dormirmos no mesmo colchão sem compartilharmos as opiniões. Minhas fantasias narcísicas não querem espelhos embaçados. Truque de cena, nem pensar. Até sei... se me calo, aí vem a sua musiquinha eletrônica e besta de fundo. Bebidinha pra lá, rebolação pra cá e... cadê? Fico folheando páginas de um livro que não tem final feliz, vulgo, ver navios. Compenetre-se, Gotardo. Sei lá, distraia minhas aflições com um mínimo de criatividade que seja, mas atue de galã galo, não de mocinho frangote. Deu pra entender, Gotardo? Dou dez segundos, depois vou mandar prosseguir o caixão. Nove, oito, sete, seis...

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