sábado, 8 de agosto de 2009

Uivos bestiais

Uivos bestiais ao meio-dia só pode ser coisa do Abel. Deu pra ser lobisomem no jogo de rpg, e a gente é que tem que engolir o sangue. Dessa vez ele desceu às grutas da vileza humana. Seu demônio da guarda faz com que passe a noite inteira lá, no computador, coagulando silêncios e desprezando as horas. De repente, durante o dia, vira o Bebel-gente-boa, na sua identidade secreta, aqui, de carne e osso. Só que tem isso: uiva, extemporâneo.
Apesar da comprovação científica de sua lobisomisse, que ele jura ser certificada por clérigos, juízes, cirurgiões e homens notáveis – todos com a idoneidade comprovada pelas regras do rpg, Abel diz que, no fundo, ainda se sente um pouco humano. Não despreza uma bisteca suína bem passada, nem uma latinhas de skol geladas. Suzana, sua namorada na vida eterna, diz que ele é o máximo. Pra ser sincero, não sei. Mamãe fala o tempo todo que o que ele precisa é trabalhar.

3 comentários:

  1. Sem lobisomisse, q comissão deixaria sua obra na suplência? Suplência de quem?? O "Nelson Seixas" virou eleição? Alhos, rezas, benzeduras para a secretaria de "curtura" de Black River.
    Estou terminando de montar o projeto do Laboratório de criação literária - 2010. Na poesia, vem o Claudio Daniel. Na prosa, Alaor Ignácio: diga que SIM e me mande um mini curriculum (olivio@ibilce.unesp.br). Esse blog é o melhor da web! Beijo.

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  2. Sabe que essa de 'perambular' na rede nos rende boas coisas?

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  3. É, talvez a bala de prata pra acabar com esse lobo homem seja mesmo um horário a ser cumprido diariamente, mas estou com a "Gauche". Essa perambulice "é uma coisa que relaxa a gente!" (mesmo durante o horário a ser cumprido)
    Abraço!

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