quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Rezei outra prece


Rezei outra prece ao sono que, danado, continua lá, pelos quartos ou quintos do inferno. Não sei porque é assim. Fico perdido onde nunca estive, desejando não morrer antes da minha hora. Agora mesmo, calado, tive sucesso em dizer algo pra mim: “ô Dalberto, se você não dorme mesmo, por que não escreve sobre a falta de sono?”. Meio que acordei, sem dormir, como se tivesse encontrado Deus nesse sonho que não era mesmo bem do mais dormido. Vou acabar pegando no sono da humanidade inteira. Ficar errando por aí, num torpor de barriga para baixo, vendo imagens feitas para palavras, não para os olhos, que ficam fechados esperando a vez de desaparecerem desse mundo.
Esses olhos de espreita, os mesmos velhos dois, sapecadores de bênçãos e maldades, gentilezas e friezas, invejam a circunferência da terra. Mesmo nessa escuridão, não param nunca de rodar.

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