domingo, 2 de agosto de 2009

Mexeu com o juízo

Mexeu com o juízo de Márcio. Foi o primeiro a fazer, e pior, ele bem sabia. Ainda que sem bilhete, o noivo se omitiria à razão. Ignorância não dói, e sem o escrito não vale. Mas, não. Até para comer um franguinho assado a humanidade comete violência.
Tim-tim por tim-tim, ela colocou lá: “Caro Márcio, nem pense em vingança. Imagine o que faria meu pai, pelo que você me fez. Se ele não fez. Então não faça. Fazer o quê? Fiz agora, sem você!”. Foi a conta. Depois de deixar a avó no médico, correu a ela, sem entender de amor. Deu a cara à humilhação, uma rosa vermelha, um perfume barato e cantou Caymmi, com voz sofrida: “quando eu me zango, Marina, não sei perdoar”...

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