Daquele entardecer em diante ninguém mais viu Janjão. Passava os dias sempre por perto. Rodeava cozinha, contornava os quartos, girava o quintal e ladeava a porta de Lenita, com a crença canina de que ela iria voltar. Dava dó, e ele lá.
Fazia quase três anos que ela se mudara para Madri. Casara com Pablo, casara com Miguel, casara com Juan. Quase um marido ao ano, e a fidelidade de Janjão não se importava com a perfídia, nem cessava com a distância. Na fazendola interiorana, do sertão de Goiás, poucos sabiam dizer o nome daquela cidade para qual ela, por carta, agora avisou que iria se mudar, muito menos ter ideia de onde “aquilo” ficava: Vladvostock. Só entenderam que ela se casara com Arman, um diabo de um russo que era médico na Espanha. Leram a carta no finalzinho da tarde, e Janjão deve ter sentido o cheiro das mãos distantes de Lenita, sei lá. Vai ver descobriu, com seus botões, que ela nunca voltaria...
Fazia quase três anos que ela se mudara para Madri. Casara com Pablo, casara com Miguel, casara com Juan. Quase um marido ao ano, e a fidelidade de Janjão não se importava com a perfídia, nem cessava com a distância. Na fazendola interiorana, do sertão de Goiás, poucos sabiam dizer o nome daquela cidade para qual ela, por carta, agora avisou que iria se mudar, muito menos ter ideia de onde “aquilo” ficava: Vladvostock. Só entenderam que ela se casara com Arman, um diabo de um russo que era médico na Espanha. Leram a carta no finalzinho da tarde, e Janjão deve ter sentido o cheiro das mãos distantes de Lenita, sei lá. Vai ver descobriu, com seus botões, que ela nunca voltaria...
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