terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Sol recém-aceso

O sol recém-aceso, desnecessário como criança, nos fazia averiguar o que havia por trás das pálpebras. Hitleriana manhã, depois de uma catira parabólica, que só deu trégua à pinga com a discrição eletrodoméstica do catireiro que, aos brados, puxou a toalha verde-ibitinga e falou: “Êta purgatório, que esse céu virou! Vâmo dormi, cambada!”.
Não sei se o que bate ainda são as palmas. Trocaria-as sem pestanejar pelo silêncio. A terra em transe deve ser minha nostalgia da poeira e tocos sob os pés batidos. Sorte que havia aquelas azeitonas pretas. Comida distante da musa do ritmo, alimentada a torresmo e queijo fresco. A porta de acesso à torneira está inexoravelmente fechada, outros vagares não levam à água. E a boca espeta as peles, ao toque da língua aos lábios. Umidade relativa dos dentes, zero. Pancadas de chistes e trovoadas ao norte do cerebelo. No sul do umbigo, as calças vão amanhecer geladas. Bom dia.

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