sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Auge de festa

Auge de festa é o fim. Lembro-me que falava da música como se tivesse a certeza de vários séculos. E a música era essa, nova, composta agora. Depois fui como uma lesma que cai do galho buscar outro litro de vinho. Acho que não tinha o tinto, agora não sei, não conhecia a infelicidade rosé. Acordei num só suor, parte indiferente àquilo tudo, feito narrador de história.
Como se prendessem passarinhos de várias raças numa mesma gaiola, no primeiro momento, todos ficam mudos. Sins, sins, nãos nunca, por gentilezas. Depois foi uma babel de sons agudos, graves, médios, distantes. Voltei de mãos vazias para mim mesmo, sem saber se foi bom. Lá, eu, estive lá? Trago na boca um sabor de antegosto do prato principal. No cérebro, não trago nada. Deveriam usar em terapia esses lapsos, igual sonhos. Claro, na hora da nossa ressurreição.

Um comentário:

  1. Alaor, grande texto! Encaminhei o projeto do Laboratório de Criação Literária. Chance enormes de ser aprovado (ao menos no mérito). Vamos aguardar.
    Grande abraço.

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