quinta-feira, 16 de abril de 2009

Perigo veneno

Perigo veneno, leu na lata, mas tirou de letra. As flores médias da blusa larga murcham e se expandem, ao sabor dos movimentos rápidos. A calça jeans gela as veias contraídas das pernas. Precisam, urgentemente, serem dissecadas, para não virarem varizes da viúva. Dez dedos dos pés apertam-se sobre as sandálias, todos coloridos, com as unhas pintadas de vermelho e o entorno rosa de cada um deles, da pressão ao chão.
O desavergonhado exala cachaça e insucesso, trôpego como em toda a chegada. Dera pra calhordear com a Ramira, vizinha e puta. Houve mercearia própria bebida com “amigos” e salsichas curtidas. O negócio virou ressaca. Agora não há esperança.
Sem sucumbir no revés, ela foi à luta. Agora voltou decidida e está na cozinha. Prepara o destino. Todos os ingredientes já foram inseridos ao prato do desgraçado.
- Amor, você bebeu de novo? Senta. Come aí esse espaguete com carne moída que eu preparei pra você...

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