Assombrado com o montinho de cinzas que sobra de uma vida, soprou o pai no riacho. Desejo de morto não se discute. E fora das cinzas, quando falas, que surgiram os anseios de virarem iscas para os piaus e lambaris, que sempre nadaram naquele local.
Enternecido, ele sentiu as imagens de sua fantasia começaram a se perseguir, umas às outras. A água se movia em círculos. Pontos centrais que se propagam em minúsculas ondas. Muitos. Muitas. Sinal de peixe!
Já que estava ali mesmo, resolveu seguir a sina. Filho de peixe, peixinho é. Sacou a varinha fina de bambu barato, chumbada levíssima, linha delgada, anzol mínimo. E lançou à sorte entre os círculos aquáticos. Puxa, repuxa: a fisgada!
Vai à frigideira o peixinho e os seus olhos. Quer mais do pai, além do DNA.
terça-feira, 28 de abril de 2009
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Caro Alaor,
ResponderExcluirPeço permissão para colocar um link pro seu blog.
Estou reorganizando meus links e o seu não pode faltar. Gostaria de dar mais uma opção de bons textos para os meus leitores.
Um abraço.
Sérgio.